Dólar tem alta de 2% na semana e encerra a R$ 6,19; mercado reage a dados de inflação, emprego e cenário fiscal

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Nesta sexta-feira, o dólar avançou 0,26%, fechando cotado a R$ 6,1932. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou queda de 0,67%, encerrando o dia aos 120.269 pontos.

Durante a semana, o dólar acumulou alta de 2%, impactado pelo cenário fiscal incerto e novos dados econômicos divulgados no Brasil. Entre as informações repercutidas pelo mercado, destacam-se o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que subiu 0,34% em dezembro — abaixo da projeção de 0,45% —, e a taxa de desemprego, que recuou para 6,1% entre setembro e novembro, o menor patamar da série histórica, segundo o IBGE.

Cenário Político e Fiscal

No campo político, as atenções se voltaram às emendas parlamentares. A Câmara dos Deputados enviou ao STF informações sobre a legalidade das emendas, em resposta à suspensão de R$ 4,2 bilhões pelo ministro Flávio Dino, que apontou falta de transparência. Dino deu um prazo de 10 dias para explicações adicionais sobre as emendas destinadas à saúde.

Paralelamente, o presidente da Câmara, Arthur Lira, convocou reunião para tratar da sucessão na mesa diretora, enquanto investidores aguardam definições sobre o Orçamento de 2025, que deve ser votado entre fevereiro e março.

Movimentos no Mercado

Apesar do IPCA-15 ter mostrado desaceleração em relação ao mês anterior, os dados ainda indicam inflação acima da meta do Banco Central. A meta de 3% é considerada cumprida caso fique entre 1,50% e 4,50%. Já a queda na taxa de desemprego, que atingiu o menor contingente de desocupados desde 2014, trouxe certo alívio ao mercado de trabalho.

Por outro lado, a bolsa de valores acumulou perdas significativas:

  • Na semana: queda de 1,50%;
  • No mês: recuo de 4,30%;
  • No ano: retração de 10,37%.

O dólar apresentou os seguintes desempenhos:

  • Na semana: alta de 2%;
  • No mês: avanço de 3,21%;
  • No ano: aumento de 27,63%.

Pacote Fiscal e Expectativas

O governo federal concluiu a tramitação do pacote de cortes de gastos no Congresso, mas ajustes realizados pelos parlamentares reduziram o potencial de economia de R$ 71,9 bilhões para R$ 69,8 bilhões nos próximos dois anos. Segundo a XP Investimentos, o impacto pode ser ainda menor, caindo para R$ 44 bilhões.

A expectativa de zerar o déficit público em 2024 e 2025 enfrenta ceticismo do mercado, especialmente devido à resistência do governo em abordar despesas estruturais, como Previdência e investimentos mínimos em saúde e educação.

Para 2025, o salário mínimo deve ser corrigido de R$ 1.412 para R$ 1.518, um aumento de 7,5%, com início de pagamento em fevereiro.

Próximos passos

Analistas acreditam que o governo precisa adotar medidas adicionais para reforçar o compromisso fiscal e controlar o endividamento. Apesar disso, declarações recentes do presidente Lula indicam hesitação em avançar na contenção de despesas, reforçando incertezas no mercado.

Com informações da Reuters.

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